sábado, 15 de agosto de 2015
Vídeo: Ensinar e Aprender: nem tudo depende da didática
Os desafios da prática pedagógica vão além de ensinar os conteúdos didáticos, é preciso conhecer a realidade da qual os alunos fazem parte.
Vídeo: O que a escola deveria aprender antes de ensinar?
"Ou criamos uma cidade educativa ou nós não teremos nem cidade, nem sociedade, nem ser humano".
Fracasso escolar e a medicalização na educação
O professor, além de fazer
o seu trabalho de ensinar, também acaba fazendo parte da vida do aluno, de sua
realidade, de sua construção cognitiva e de sua evolução na aprendizagem. Mas
muitas vezes, o professor acaba assumindo papel de psicólogo, devido às
circunstâncias e problemas vivenciados em sala de aula: o fracasso escolar, o
baixo rendimento do aluno, a falta de atenção do aluno, o comportamento
inadequado, enfim.
Diante disso, a
medicalização na educação ocorre quando os comportamentos dos alunos são
tratados como se fossem problemas médicos, e que se acredita que a solução será
sempre recorrer a serviços de saúde. Desse modo, a medicalização acontece
quando um profissional da educação problematiza o comportamento do aluno e seu
fracasso escolar como resultado de problemas psicológicos e neurológicos.
A questão do fracasso
escolar, se mal interpretada, pode levar à exclusão social e culpabilização do
aluno, do professor, da família e pode ser vista também como um problema de
saúde - psicológico.
O professor ao lidar com o
fracasso escolar dos alunos, não deve generalizar e diagnosticar um problema de
saúde, ou um problema familiar, por exemplo. Para atuar nessa parte, a escola
conta com a ajuda do psicopedagogo. Ao invés disso, deve-se centrar num ensino
de qualidade, que contribua para uma formação integral de todas as dimensões
humanas de seus alunos. A escola, assim como o professor, deve proporcionar
condições que levem ao máximo de desenvolvimento de seus alunos.
Sendo assim, o caminho a
ser seguido não é medicalizar, mas auxiliar os alunos a concentrar sua atenção
no processo de ensino-aprendizagem, por meio de aulas dinâmicas e dialogadas,
para proporcionar relações saudáveis e de respeito mútuo. Acredito que
diagnósticos feitos por alguém sem ter conhecimento na área leva à exclusão
social. Por isso, a questão do fracasso escolar se trata de rever o processo de
ensino-aprendizagem, e sua relação com o meio social.
MEIRA, Marisa
Eugênia Melillo. Para uma crítica da medicalização na educação. Revista Semestral da Associação Brasileira de
Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo. Volume 16, Número 1, Jan./Jun. 2012: p. 135-142.
Educação e a Luta pelos Direitos
Uma educação emancipatória é
fundamental para a formação de verdadeiros cidadãos, que sejam ativos nos
espaços sociais e políticos e que tenham consciência de seus direitos e
deveres. E a luta pelo direito à educação, à igualdade e também à diferença vem
acontecendo por vários séculos, desde o período colonial, em que houve a
escravidão dos negros, exclusão e discriminação das minorias sociais.
O
direito à educação é hoje uma herança da civilização humana. O Estado busca
promover esse direito por meio de políticas públicas educacionais. Porém, ainda
há marcas, em nosso país, do impacto sociocultural e excludente deixados pelo
modo de colonização e escravatura, que dificultam ou até mesmo impedem que tais
direitos venham a se efetivar.
Nessa
luta pela efetivação dos direitos, cabe a nós, educadores e cidadãos,
oportunizar o acesso de todos a esses direitos, difundir o conhecimento e
declarar os direitos. Declarar, como diz Cury (2002), é retirar do esquecimento
e proclamar aos que não sabem, ou esqueceram, que eles continuam a ser
portadores de um direito importante. Somente assim, os indivíduos saberão
exigir os seus direitos quando não são executados.
Portanto,
a educação tem papel primordial de promover o ensino em todas as dimensões
humanas, fomentando o direito à igualdade e o direito à diferença, formando
verdadeiros cidadãos, atuantes, reflexivos, críticos e autônomos. A nossa
sociedade necessita disso para que os direitos realmente se efetivem. Além do
mais, promover o direito à igualdade e à diferença é extremamente essencial em
nossa realidade que ainda está “cicatrizando” as marcas deixadas pela
discriminação e exclusão social do período colonial, sabendo que ainda hoje há
resquícios do preconceito em nossa sociedade.
Sendo
assim, a luta pelos nossos direitos deve ser uma luta constante, no dia a dia,
e como educadores devemos fazer com que os educandos tenham conhecimento de
seus direitos, estimulando-os a também lutar e declarar tais direitos para que as
políticas públicas “saiam do papel” e se efetivem.
Referência
Bibliográfica
CURY, Carlos
Roberto Jamil. Direito à educação: direito à igualdade, direito à diferença. Cadernos
de Pesquisa, n. 116, p. 245-262,
jul. 2002.
“Exclusão Includente” e a “Inclusão Excludente”
Estamos num mundo cada vez mais globalizado, com avanços científicos e tecnológicos, onde educação e trabalho se fazem importantes para o processo de humanização. Porém, o modo de produção capitalista dominante imposto em nossa sociedade retrocede esse processo.
Segundo Acácia Kuenzer, citada por Saviani (2008), existem duas expressões que caracterizam a prática pedagógica dominante, baseada e influenciada pelo capitalismo: a “exclusão includente” e a “inclusão excludente”.
A “exclusão includente” acontece na área do mercado de trabalho, por meio de ações que levam à exclusão do trabalhador do trabalho formal, e reincluídos na informalidade ou na submissão e exploração. O trabalhador é, então, exonerado, perdendo todos os seus direitos previdenciários e trabalhistas, e excluído, volta a ser incluído de forma subalterna e precária, ou seja, num mercado informal.
A “inclusão excludente” acontece no campo pedagógico-escolar, por meio da inclusão de alunos em cursos de diversas modalidades e níveis, porém sem qualidade para torná-los aptos a atuar no mercado de trabalho. Exemplos disso são cursos rápidos e supletivos que se preocupam em apenas formar simples empregáveis para o mercado de trabalho. Diante da exigibilidade do mercado trabalhista, esses indivíduos acabam sendo excluídos da cadeia produtiva.
“Exclusão includente” e “inclusão excludente” estão interligadas, pois: imagine que um trabalhador passe pela “exclusão includente”, e deseje melhorar de vida. A primeira opção seria buscar qualificação. Devido à falta de tempo, opta por cursos rápidos e acaba sofrendo “inclusão excludente”. Assim como alguém que inicia sua
profissionalização com cursos sem qualidade, passa pelo processo de “inclusão excludente”, e ao se inserir no mercado de trabalho, passa pela “exclusão includente”. Sendo assim, esses dois processos estão totalmente relacionados.
Portanto, é necessário que a educação reestruture suas práticas pedagógicas, de modo a não atender aos interesses do capitalismo dominante opressor, mas atender à formação integral do ser humano, por meio de teorias e práticas emancipatórias, que prepare o educando para a vida trabalhista e social.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2008.
Segundo Acácia Kuenzer, citada por Saviani (2008), existem duas expressões que caracterizam a prática pedagógica dominante, baseada e influenciada pelo capitalismo: a “exclusão includente” e a “inclusão excludente”.
A “exclusão includente” acontece na área do mercado de trabalho, por meio de ações que levam à exclusão do trabalhador do trabalho formal, e reincluídos na informalidade ou na submissão e exploração. O trabalhador é, então, exonerado, perdendo todos os seus direitos previdenciários e trabalhistas, e excluído, volta a ser incluído de forma subalterna e precária, ou seja, num mercado informal.
A “inclusão excludente” acontece no campo pedagógico-escolar, por meio da inclusão de alunos em cursos de diversas modalidades e níveis, porém sem qualidade para torná-los aptos a atuar no mercado de trabalho. Exemplos disso são cursos rápidos e supletivos que se preocupam em apenas formar simples empregáveis para o mercado de trabalho. Diante da exigibilidade do mercado trabalhista, esses indivíduos acabam sendo excluídos da cadeia produtiva.
“Exclusão includente” e “inclusão excludente” estão interligadas, pois: imagine que um trabalhador passe pela “exclusão includente”, e deseje melhorar de vida. A primeira opção seria buscar qualificação. Devido à falta de tempo, opta por cursos rápidos e acaba sofrendo “inclusão excludente”. Assim como alguém que inicia sua
profissionalização com cursos sem qualidade, passa pelo processo de “inclusão excludente”, e ao se inserir no mercado de trabalho, passa pela “exclusão includente”. Sendo assim, esses dois processos estão totalmente relacionados.
Portanto, é necessário que a educação reestruture suas práticas pedagógicas, de modo a não atender aos interesses do capitalismo dominante opressor, mas atender à formação integral do ser humano, por meio de teorias e práticas emancipatórias, que prepare o educando para a vida trabalhista e social.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2008.
Práxis pedagógica de Paulo Freire
“Os métodos da educação dialógica nos trazem à intimidade da sociedade, à razão de ser de cada objeto de estudo. Através do diálogo crítico sobre um texto ou um momento da sociedade, tentamos penetrá-lo, desvendá-lo, ver as razões pelas quais ele é, como é o contexto político e histórico em que se insere.” (FREIRE; SHOR, 2013).
Paulo Freire prioriza o diálogo como princípio de uma educação libertadora, que por meio do diálogo entre educadores e educandos é possível conhecer e compreender a realidade social da qual o aluno faz parte. Ele diz ainda que não basta somente conhecer criticamente a realidade, mas é necessário dedicar-se nas lutas sociais e políticas pela transformação dessa realidade. Freire fala que o aluno, para aprender, é necessário compreender e relacionar o conteúdo com a realidade concreta. Assim, compreende-se que o aprendizado de uma educação libertadora - crítica e ativa- vai além dos métodos e técnicas. O aluno tem uma visão crítica acerca da realidade e se torna um ser ativo na sociedade. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. |
Educação Inclusiva
Para uma
Educação Inclusiva é necessário que haja flexibilização do currículo escolar,
de forma que atenda às necessidades educacionais de todos os alunos e valorize
às diferenças. E esse é o grande desafio: democratizar e universalizar o ensino
a todos, com necessidades educacionais especiais ou não. O que se observa,
atualmente, é que poucas escolas atuam sob uma perspectiva inclusiva. Muitas
faltam infraestrutura acessiva, o que impossibilita tal inclusão. Muitas ainda,
não possuem profissionais da educação que tenham conhecimento e capacitação
sobre o atendimento educacional especializado. Acho que a formação e a
capacitação docente deveria ser prioridade para que se efetivasse as políticas
de inclusão.
Há algumas escolas que ainda não estão preparadas,
pedagogicamente e psicologicamente, ao atendimento de alunos com necessidades
especiais, pois se restringe em apenas focalizar a deficiência como condição
individual, e não reconhece o aluno em toda sua dimensão humana.
Sendo assim, a proposta curricular educacional deve
considerar além de capacidades intelectuais: deve considerar as motivações do
aluno, assim como o contexto de sua realidade. A diversidade no âmbito
educacional deve servir também como parâmetro oportunizador da construção de
relações de respeito mútuo, solidariedade e ética. Para essas relações é
fundamental que os professores desenvolvam em seus alunos a compreensão de que
cada um, em sua individualidade e diversidade, tem o direito de conviver e
aprender juntos.
Portanto, para currículos inclusivos, se faz necessário,
antes de tudo, de políticas públicas eficazes.
Um pouquinho sobre mim...
Olá,
Sou aluna do curso de Complementação Pedagógica em Biologia, do Ifes e também do curso de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, também do Ifes.
Sou graduada em Ciências Biológicas, Bacharelado, pelo Centro Universitário São Camilo - ES desde 2013.
Atuo na área de Análises Clínicas, que gosto muito.
Estou me especializando na área de Educação, para poder ampliar meus conhecimentos nesta área.
Estar cursando a complementação pedagógica está sendo um grande aprendizado para mim. O título deste blog "Educar, Ensinar e Aprender" é justamente para demonstrar que o professor não apenas deve educar e ensinar, mas também aprender com seus alunos.
Sou aluna do curso de Complementação Pedagógica em Biologia, do Ifes e também do curso de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, também do Ifes.
Sou graduada em Ciências Biológicas, Bacharelado, pelo Centro Universitário São Camilo - ES desde 2013.
Atuo na área de Análises Clínicas, que gosto muito.
Estou me especializando na área de Educação, para poder ampliar meus conhecimentos nesta área.
Estar cursando a complementação pedagógica está sendo um grande aprendizado para mim. O título deste blog "Educar, Ensinar e Aprender" é justamente para demonstrar que o professor não apenas deve educar e ensinar, mas também aprender com seus alunos.
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